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Video |  42' |  2011

 

Um corpo, uma cama e um lençol: o cheiro se instaura, o calor ecoa, uma forma se fixa em drapeados vagos.  Um corpo que se move, quanto mais tempo permanecer em um espaço, mescla-se com as coisas ao seu redor, e seus rastros se tornam presença densa, concreta e perfuram o tempo do invólucro do seu próprio corpo. 

Fotografias sobre mesa de luz |  2011

 

Diante da tentativa de fixar um tempo e deter continuidade, estabilidade e imutabilidade, tornam-se palpáveis a impermanência e transitoriedade das coisas - como, por exemplo, pequenos deslocamentos e piscares de olhos que borram a definição de uma imagem nítida e imóvel. Assim, aparecem nuances entre  blocos de saturação e vultos: entre o que é fixo, permanece e se repete a cada instante e as alterações de formas do que se move, por ser vivo.

 

Retratos foram realizados diariamente pelo período de um mês, impressos em folhas de transparência e sobrepostos sobre uma mesa de luz. A cada retrato realizado, algumas variáveis se mantiveram fixas: a hora do dia em que cada foto foi realizada, a roupa usada e posição do rosto.

Instalação interativa Rastros (vídeo documental)| 2013

 

Quais nexos temporais são possíveis de conceber através da desaceleração e fixação dos movimentos de corpos em uma sala? Como algo que passou mas permaneceu latente em seus rastros se faz presente? Através de quais formas e imagens podemos conceber essas presenças? Rastros são como fissuras. Com camadas de imagens que se repetem, se sobrepõem e se apagam a cada instante, refletidas um espaço e tempo condensados em um plano - como uma projeção em uma parede -, podemos abarcar uma temporalidade permeada de rastros e fissuras. Imagens que permanecem na passagem do tempo, pela repetição e desaceleração do movimento, criam espécies de rasgos em um aparente plano bidimensional e são capazes de desorganizar um tempo linear. A partir dessas inquietações,  a instalação interativa Rastros foi elaborada.   

"Rastro" busca conceber imagens que exponham as relações entre presença e permanência.  Ou seja: indagar de que forma deixamos, no tempo e no espaço, rastros e marcas que reconfiguram nosso entorno. Um software interativo foi desenvolvido: uma câmera captura imagens do entorno e, em seguida, um programa cria imagens que tornam visíveis os rastros deixados no espaço pelo movimento dos objetos ou pessoas retratadas. As novas imagens são, portanto, resultados das relações entre movimento e tempo e possuem variados graus de opacidade - de acordo com o tempo que os objetos retratados permaneceram no espaço. Este sistema foi  exposto como instalação interativa, para registrar a presença e movimentação das pessoas no espaço. 

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